Consiste no acesso, ingestão, digestão, absorção e metabolização de substâncias bioquímicas, os nutrientes, em quantidades e proporções tais que permitem a normal morfologia e funcionamento das estruturas subcelulares e celulares, e mesmo o adequado desenvolvimento e maturação.
Objectivos Nutrição:
Esquema 1: Objectivos da nutrição
Nos indivíduos saudáveis e, na maioria dos doentes, os nutrientes são veiculados pelos alimentos correntes. Cada indivíduo, saudável ou doente, tem necessidades individuais em macro e micronutrientes que devem ser adquiridas de forma equilibrada de modo a manter a homeostasia (anabolismo/catabolismo) ou a corrigir desequilíbrios nutricionais por défice ou excesso.
Uma alimentação saudável é toda a alimentação adequada ao normal funcionamento do organismo. A alimentação saudável deve fornecer energia em quantidade suficiente para permitir que o corpo se mantenha física e intelectualmente activo e com todas as funções necessárias à vida; deve fornecer todos os elementos essências ao crescimento, manutenção, renovação e reparação das várias células, tecidos, órgãos e sistemas; ser promotora de uma actividade digestiva normal e saciar a fome e a sede, ser agradável a visão ao olfacto e paladar e proporcionar bem-estar.
Princípios de uma alimentação saudável:
Esquema 2: Princípios de uma alimentação saudável
A alimentação oferece ao organismo energia através dos processos de digestão e metabolização, existindo assim três tipos de nutrientes que podem constituir fontes de energia:
Esquema 3: Processos de obtenção de energia através da alimentação
A digestão é o processo pelo qual as moléculas ingeridas são convertidas em formas mais simples que podem ser absorvidas pelas células epiteliais do trato gastrointestinal. O outro processo designado de metabolismo entende-se pelo conjunto de reacções químicas de síntese e degradação que ocorrem no interior dos organismos vivos e que permitem a conversão dos nutrientes em energia e noutros químicos importantes para as células manterem-se vivas, para o seu crescimento, reprodução, manutenção das suas estruturas e adequação das respostas aos seus ambientes.
O metabolismo dos substratos energéticos do organismo está integrado em quatro órgãos ou tecidos:
1- O fígado, que actua como centro distribuidor dos nutrientes;
2- O tecido adiposo, que actua como reserva energética (armazena calorias e mobiliza-as quando necessário);
3- O músculo, que executa a actividade física;
4- O cérebro, que coordena o dirige os outros três.
O nosso organismo utiliza preferencialmente os hidratos de carbono e as gorduras para obtenção de energia. Quando faltam os anteriores, recorre às proteínas, cuja transformação em energia é mais complexa e desgastante.
Sabendo a constituição dos alimentos podemos calcular a quantidade de calorias que eles podem produzir e compará-la com as necessidades diárias do organismo. O ideal é em cada dia, a quantidade de energia fornecida pelos alimentos ser aproximadamente igual à que o corpo gasta.
Avaliação do estado nutricional
1- Anamnese do paciente (entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença.
ü Dieta
ü Alterações de Peso
ü Sintomas
2- Exame físico – Avaliação Antropométrica
ü Índice de Massa Corporal
Tabela 1: Classificação dos valores do IMC
ü % perda de peso
% perda de peso = peso habitual - peso actual x 100
Peso habitual
Perda superior a 5% num mês ou superior a 10% em seis meses apresenta risco nutricional.
ü Perímetro da cintura
Tabela 2: Nível de risco associado ao perímetro da cintura
ü Razão Perímetro Cintura/Anca
Tabela 3: Nível de risco associado à razão cintura/anca
ü Prega Cutânea Tricipital
Tabela 4: Intervalo de valores para a prega cutânea
Valores acima significam excesso de gordura no membro e valores abaixo significam magreza.
Tabela 5: Intervalo de valores o perímetro muscular do braço
Valores acima significam excesso de gordura no membro e valores abaixo significam magreza.
3- Avaliação física de desnutrição
Detecta os sinais relevantes ajudando a estabelecer o diagnóstico nutricional. O exame clínico geral é feito com especial atenção em órgãos como: cabelo, unhas, ângulos da boca, pele, olhos, língua, ossos, glândula da tiróide, gengiva.
Tabela 6- Interpretação dos sinais e sintomas
4-Avaliação laboratorial
ü Semi-vida da Albumina
ü Semi-vida da Transferrina
ü Pré-albumina
ü Vitaminas e Oligoelementos
ü Avaliação da função imunológica –Teste de Hipersensibilidade Retardada (medir a imunidade celular).
5-Procedimentos específicos
ü Análise da Impedância bioeléctrica (mede a gordura corporal, a massa muscular e a água corporal)
ü Dispêndio de energia (DEBasal – DETotal - mede as necessidades calóricas)
ü Excreção creatinina na urina de 24h ( directamente proporcional à M muscular)
ü Excreção Urinária de Azoto e balanço nitrogenado (perdas proteicas, pela diferença entre o Azoto consumido e o excretado)
Prescrição Nutricional
A prescrição correcta de nutrição exige uma proporção adequada de nutrientes, e não é indiferente à quantidade ou forma como são fornecidos. Os nutrientes dividem -se assim em macro e micronutrientes. De notar que a água é um nutriente vital, cujo excesso é tóxico.
Os macronutrientes dividem-se em energéticos e plásticos. Os energéticos são os hidratos de carbono e os lipídos, já as proteínas (constituídas por a.a., que vão fornecer o azoto (1 g de azoto = 6,25 g de proteína) fazem parte do grupo dos plásticos,
As necessidades nutricionais são diferentes com a idade, composição corporal e estado fisiológico mas, em geral variam entre:
· 25 a 35 Kcal totais/Kg de peso/dia
· -0,8 a 1,6 g de proteínas/Kg de peso/dia <> 128 a 256 mg de azoto
· -30 a 50 ml de água/Kg de peso/dia
Os micronutrientes dividem-se em minerais designados também de electrólitos (sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, ferro e seus sais, constituem 3 a 4% do peso do
organismo), oligoelementos (zinco, cobre, manganês, selénio) e vitaminas.
O défice destes nutrientes provoca disfunção ou doença mas o seu excesso pode ser tóxico. Comportam-se como grupos prostéticos pois assumem funções metabólicas, intervindo em numerosas reacções biológicas.
A nutrição oral é a mais recomendada pois é mais fisiológica, contudo, quando o tracto gastrointestinal do paciente não se encontra total ou parcialmente funcional temos que recorrer à nutrição artificial (entérica ou parentérica).
Sem comentários:
Enviar um comentário